O SINO DO TEMPO
A relação com o
tempo é singular. A experiência que se vê em sua fina mistura: passado,
presente e futuro, o futuro que ainda não se apresentou na realidade, apenas na
tela de quem sonha. O tempo não é só cronológico, é relativo e eterno. Vinte
quatro horas pode ser uma hora e uma hora pode ser setenta e duas horas. Como
se sente e como se vive é o que se chama tempo. Fragmentos se encontram espalhados
sobre a mesa, o mesmo imã que os atraem podem os repelir. Fragmentos do tempo,
suas memórias. Não há tempo. Há o infinito das horas que se entrelaçam em finos
riscos sobre o papel recortados pelas cordas da viola. Há o som do sino que
ressoa pelo ar. E o que se registra permanece para o sentido de quem entende.
Texto e fotografia: Mirian Valente
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